22/12/2020 16:32 - #CORONAVIRUS
A Prefeitura de São Leopoldo, na Região Metropolitana de Porto Alegre, anunciou nesta segunda-feira (21) que vai decretar toque de recolher a partir das 23h e fechamento de praças e parques. A decisão, que vale a partir desta terça (22) até o dia 29 de dezembro, busca conter o avanço do coronavírus.
A prefeitura também tenta evitar o esgotamento das unidades de saúde da cidade, que estão perto do limite.
O decreto foi publicado na noite de segunda. Os estabelecimentos não-essenciais deverão fechar das 23h às 6h, com a orientação de que as pessoas não circulem. Não há previsão de multa para quem estiver na rua, apenas a orientação de que retorne para casa.
O Comitê de Atenção ao Coronavírus também definiu pelo fechamento do estacionamento na Avenida Independência, principal via de comércio da cidade, permitindo apenas a carga e descarga em um dos lados.
Seguem obrigatórios todos os protocolos de prevenção, especialmente o uso de máscara de proteção por parte da população. Nos mercados e lojas, fica permitido apenas uma pessoa por família durante as compras.
“Os dados têm mostrado uma sobrecarga do sistema público e privado de saúde na região e as medidas são necessárias para diminuir a circulação do vírus”, diz o prefeito Ary Vanazzi.
Lembrada pelos amigos pela dedicação aos mais pobres e carentes, a presidente do Conselho de Assistência Social de São Leopoldo, Lucirene Alves Leite morreu devido à Covid-19 na cidade. Ela faria 39 anos no dia 31 de dezembro, e foi sepultada na tarde de segunda.
"Do dia 25 ao 27 [de novembro], ela ficou aguardando no hospital de Cidreira. Depois foi para o hospital de Santo Antônio da Patrulha e conseguiu a UTI do hospital de Tramandaí, no dia 30 de novembro, e ficou até domingo, dia 20, quando veio a óbito. Esses cinco dias podem ter levado a essa piora", comenta o amigo Fábio Bernardo da Silva.
Nas duas últimas semanas, 16 pessoas morreram por coronavírus em São Leopoldo. Neste momento, existem 534 casos ativos, ou seja, pessoas que estão infectadas e podem estar transmitindo o vírus para outras.
Os hospitais privados não têm mais vagas na UTI, e estão recorrendo à rede pública, onde já há o pedido de seis leitos.
"Já estamos em uma situação dramática na região, porque as pessoas estão circulando muito para achar um leito. As UTIs que temos não são mais suficientes. O caos vai se instalar no dia 5, 6 de janeiro, se nós não diminuirmos a circulação de pessoas na nossa cidade. Não vai ter leito de UTI para as pessoas serem atendidas e, muitas vezes, nem clínicos. Isso quer dizer que as pessoas poderão morrer por falta de atendimento", reforça Vanazzi.
O comitê definiu também por um reforço nas ações de prevenção e fiscalização da força-tarefa e pelo lançamento de uma nova campanha de conscientização. A próxima reunião está marcada para a próxima segunda-feira (28), quando serão discutidas novas medidas de restrições, entre elas, o fechamento de estabelecimentos não-essenciais.
Denúncias de descumprimento dos decretos municipais podem ser feitas pelos telefones 153, (51) 3526-5800 e (51) 3526-5801, de segunda a domingo, ou pelo e-mail [email protected].
Cenários semelhantes na Capital e no Interior
Em Porto Alegre, o município está perto de atingir o teto de leitos exclusivos. Os hospitais da cidade tem 383 vagas que podem estar todas ocupadas no dia 29 de dezembro, segundo projeção da Secretaria de Saúde da Capital.
Quatro hospitais apresentam lotação máxima: Moinhos de Vento, Cristo Redentor, Ernesto Dornelles e Santa Ana.
Fora de Porto Alegre, 21 hospitais estão com UTIs lotadas. Pelos menos 12 já atingiram ou passaram de 100% da capacidade, casos dos hospitais Regina, em Novo Hamburgo, e Centenário, em São Leopoldo.
O coordenador de dados da Covid-19 no estado, Luís Lamb, pede o apoio da população para respeitar os cuidados de distanciamento e evitar aglomerações.
"A gente está em um patamar bem elevado, comparável ao ponto mais elevado que já tivemos. Esse é um momento que exige muita cautela. Cuidar com a higiene, cuidar com o distanciamento físico, cuidar com as aglomerações, com as reuniões em lugares fechados, com a proximidade, com tempo de permanência, com conversas em voz alta sem máscara, com confraternização no final do ano", alerta.
Se o crescimento de casos persistir, o governo do RS avalia adotar medidas mais rígidas que afetam as atividades econômicas e o funcionamento do comércio, bares e restaurantes.
"Se houver um recrudescimento na pandemia, com aumento de casos e redução na capacidade de atendimento, podemos levar à bandeira preta", destaca.
Fonte: Jonas Campos, G1 RS e RBS TV
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