14/02/2025 19:14 - Policial
Carro de luxo apreendido na operação “Fim de Linha” passa a ser usado para ações pedagógicas e educativas
Na tarde desta quarta-feira (12), um Porsche 911 Carrera, ano 2021, avaliado em quase de R$ 1 milhão, ganhou nova função em Passo Fundo. O veículo, outrora símbolo de ostentação do crime organizado, agora carrega as cores preto e branco da Polícia Civil. A apreensão aconteceu em 2023, durante uma operação contra lavagem de dinheiro e tráfico de drogas que rastreava valores enviados de Passo Fundo para Mato Grosso do Sul.
Coordenada pela Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (DRACO), sob comando do delegado Diogo Ferreira, a ação que culminou na incorporação do Porsche à frota policial foi possível após decisão judicial. O envelopamento do veículo foi custeado por empresas locais, garantindo que o carro de 450cvs de potência circulasse já nesta quarta-feira.
“É um símbolo de força da investigação. Demonstra que um bem obtido pelo crime pode ser retirado e revertido para a sociedade, aplicado em diversas ações, principalmente pedagógicas. Mas, acima de tudo, mostra que o Estado e a polícia são muito mais fortes que o crime”, declarou Ferreira.
O delegado regional da Polícia Civil, Adroaldo Schenkel, reforçou o caráter educativo da nova viatura e o impacto que o veículo pode causar na percepção da comunidade sobre o combate ao crime organizado.
Entretanto, a decisão de incorporar um Porsche à frota policial dividiu opiniões. Enquanto alguns consideram que a presença do carro reforça a imagem de autoridade da polícia e evita a degradação do bem até um possível leilão, outros argumentam que sua manutenção pode gerar despesas excessivas.
“Se esperar pela burocracia para este veículo ir a leilão, vira sucata! É para usar, mesmo com os custos de manutenção. Melhor na mão da polícia do que dos criminosos”, comentou um morador.
Por outro lado, houve quem defendesse uma solução mais prática: “Vende esse carro e compra dez viaturas úteis para a polícia, simples e fácil… ou coletes, ou armas, ou munição. Incorporar ao Estado um carro que só dá despesas não faz sentido.”
A dificuldade de alienação de um veículo com preço elevado dificulta o leilão. Conforme o delegado, ele não seria vendido pela cotação normal. Além disso, enquanto não houver trânsito em julgado, o dinheiro da venda não pode ser utilizado, e o processo pode se arrastar por mais de cinco anos. Dessa forma, o carro poderia ficar deteriorando em um depósito ou ter o valor bloqueado em uma conta, sem qualquer benefício para a polícia. Assim, a melhor opção foi utilizá-lo como viatura.
O Porsche seguirá em uso nas atividades da Polícia Civil, servindo, sobretudo, como ferramenta de conscientização. Se será um reforço de prestígio ou um gasto desnecessário, o tempo dirá.
Rádio Cidade Ibirubá
Fotos: Rádio Uirapuru
Fonte: Rádio Cidade Ibirubá Fotos: Rádio Uirapuru
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