11/12/2020 12:07 - #CORONAVIRUS
Há cerca de nove meses, o Hospital São Vicente de Paulo (HSVP) abria uma nova ala de Unidade de Terapia Intensiva (UTI), destinada exclusivamente aos pacientes de Covid-19.
Os dez leitos iniciais se transformaram em vinte, e, mais tarde, em trinta – mas os leitos não operam sozinhos: é preciso uma equipe de profissionais em atuação ininterrupta para salvar vidas.
“A gente costuma dizer que temos um amor intenso pela vida, porque a gente cuida dos pacientes de maneira intensiva, mas a pandemia intensificou nossa carga horária, fez que por vezes ficássemos sem ir ao banheiro, sem pausa pra tomar água”, relata a médica intensivista Sabrina Frighetto Henrich, que é coordenadora da Unidade de Doenças Infecciosas do HSVP e atua na UTI Covid desde o começo da crise.
Atualmente, a ala opera com vinte leitos e Sabrina vivencia uma rotina que envolve o aumento acentuado na curva de casos e uma tendência no aumento da mortalidade dos pacientes.
“Temos uma população com uma expectativa de vida maior, temos pacientes mais velhos, que são os pacientes de risco, mas a gente não pode achar que pode liberar todo mundo que é mais jovem. É o momento de usar máscaras, evitar aglomerações, para que tenhamos suporte para não esgotar nossos leitos de UTI”, diz.
“A gente está lidando com 100% de ocupação todos os dias”, declara. “Nos últimos cinco dias tivemos até 110% da ocupação, porque não dá tempo de tirar um paciente de dentro da UTI, às vezes eu tenho que colocar ele numa poltrona sentado ao lado do leito, pra poder limpar o leito e trazer outro. Estamos vivendo um momento muito arriscado novamente da pandemia”.
A intensivista comenta que não é possível ter certeza se o momento enfrentado agora é uma segunda onda do vírus ou a continuação da primeira, mas faz um apelo à população.
“A gente sai de casa e deixa os nossos familiares para cuidar dos familiares de vocês, então cuidem. Esse é o nosso único pedido”, finaliza.
Fonte: https://diariodamanha.com/
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