01/05/2020 16:05 - #CORONAVIRUS
O governador Eduardo Leite (PSDB-RS) criticou o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) durante a apresentação do modelo de distanciamento controlado no Rio Grande do Sul na tarde desta quinta-feira (30).
Leite respondeu à manifestação em que o presidente diz que a cobrança sobre as mortes provocadas pelo novo coronavírus no Brasil deve ser feita a governadores e prefeitos, que adotaram medidas de isolamento.
"O presidente falou que as mortes estão na conta dos governadores. De fato. Esta é uma conta dos governadores. Não fossem os governadores, a conta seria maior. Não fossem os governadores, teria mais mortes, infelizmente, no país. Que bom que governadores e prefeitos estão tomando conta de suas populações. Que bom que ele também tomasse conta da população. Infelizmente, as manifestações recentes dele não dão esta impressão da mesma preocupação com a vida", afirmou Leite.
Bolsonaro fez a declaração sobre os governadores, na quarta (29), um dia após receber duras críticas por ter respondido "e daí?" ao ser perguntado por jornalistas sobre o fato de o número de mortes por Covid-19 no Brasil ter superado o registrado na China, onde a doença surgiu.
Ao ser questionado sobre o encontro entre eles no Comando Militar do Sul, nesta manhã, o governador disse que apresentou o modelo regionalizado de isolamento no RS a Bolsonaro, que foi receptivo. Leite ainda reclamou do que chama de politização da pandemia.
"Não faço oposição. Não é meu papel institucional. Agora, não deixo de pontuar minhas diferenças e divergências. Fiz isso, embora na eleição tenha tido que escolher entre dois caminhos. Não tem povo federal, estadual e municipal. O povo gaúcho é povo brasileiro, para quem ele governa e para quem eu governo. Temos que buscar o máximo de entendimento", disse.
Para Leite, o isolamento deve ser orientado pelos governantes. Segundo ele, se as autoridades não derem o exemplo, a população percebe que há problemas ao ver imagens como as valas comuns em cidades do Norte do país ou de aeroportos com carregamentos de caixões em outros países.
"Não adianta insistir que está tudo bem, porque não está. Isso mina a credibilidade do governante", ponderou o governador. "Não basta o governante, por mais votos que tenha tido, dizer que está tudo bem, se milhares de pessoas estão morrendo todos os dias. O povo percebe isso."
Fonte: g1.globo.com/rs/rio-grande-do-sul
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