29/01/2021 19:12 - #CORONAVIRUS
Aguardado há meses, o anúncio representa uma alternativa para nações que têm dificuldades para garantir e distribuir a segunda dose de seus imunizantes em tempo hábil, como é o caso do Brasil. Além disso, a vacina da J&J tem validade de até três meses se refrigerada entre 2 e 8 graus Celsius, um atrativo para países com deficiências de armazenamento e transporte de fármacos, inclusive, uma vez mais, o Brasil.
A vacina Johnson & Johnson se baseia nas instruções genéticas que o vírus lança no organismo para a construção da proteína spike, responsável pela entrada do SARS-Cov-2 nas células. Contudo, ao contrário das vacinas Pfizer-BioNTech e Moderna, que armazenam as instruções em RNA de fita simples, a vacina da Johnson & Johnson usa DNA de fita dupla.
Os pesquisadores adicionaram o gene da proteína spike do coronavírus a outro vírus, chamado adenovírus 26. Os adenovírus são vírus comuns que normalmente causam resfriados ou sintomas semelhantes aos da gripe. A equipe da Johnson & Johnson usou um adenovírus modificado que pode entrar nas células, mas não pode se replicar dentro delas ou causar doenças.
A tecnologia é semelhante à usada na composição da CoronaVac e da vacina de Oxford/AstraZeneca. Apenas a vacina americana, no entanto, foi desenhada para ser aplicada com apenas uma dose.
A fórmula da J&J consta do Plano de Operacionalização da Vacinação contra Covid-19 do governo federal, mas ainda não houve um acordo formalizado entre o Brasil e a J&J. A vacina está sendo testada no Brasil em 11 estados, após receber autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em agosto. Por isso, ela se adequa às regras da reguladora brasileira e pode solicitar o uso emergencial da vacina no país. De acordo com a Anvisa, no entanto, a documentação do imunizante ainda carece dos resultados da fase III, e está sendo avaliada como parte do processo de submissão contínua.
Em novembro, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, se reuniu com representantes da empresa e de outras desenvolvedora de vacinas candidatas contra a Covid-19. De acordo com o plano de operacionalização, apresentado em dezembro, há previsão de aquisição de 38 milhões de doses do imunizante, das quais 3 milhões estariam disponíveis no segundo trimestre deste ano, 8 milhões no terceiro trimestre e 27 milhões no quarto.
A companhia anunciou que solicitará uso emergencial de sua fórmula à Food and Drug Administration (FDA), a reguladora dos Estados Unidos, na próxima semana. A expectativa é que a autorização seja concedida ainda no mês de fevereiro.
Os ensaios envolveram 44 mil voluntários em diferentes países. Os resultados, no entanto, apresentaram diferentes taxas de eficácia ao redor do globo. Nos Estados Unidos, por exemplo, os pesquisadores chegaram a um índice de 72%. Na América Latina, foi observada uma proteção de 66%.
Na África do Sul, que vê uma variante potencialmente mais infecciosa do novo coronavírus se disseminar, a eficácia foi de 57%, acendendo um sinal de alerta para a possível capacidade da mutação sul-africana de causar o chamado escape vacinal, ou seja, quando alterações genéticas diminuem a eficácia de vacinas.
Fonte: https://oglobo.globo.com/
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