Tempos sombrios pela frente:

As previsões científicas sobre as mudanças climáticas feitas décadas atrás estão, de fato, se efetivando com precisão notável. Relatórios iniciais e estudos pioneiros alertaram para tendências de aquecimento global e eventos climáticos extremos que hoje são realidades observadas em todo o mundo. 

A base dessas previsões remonta a pesquisas que identificaram o aumento das concentrações de gases de efeito estufa, principalmente devido à queima de combustíveis fósseis, como carvão e petróleo. Modelos climáticos sofisticados, desenvolvidos já nos anos 70 e 80, projetaram um aquecimento gradual do planeta e mudanças nos padrões climáticos. Cientistas como James Hansen, da NASA, testemunharam perante o Congresso dos EUA em 1988, declarando que o aquecimento global havia começado e apresentando projeções que se alinham surpreendentemente bem com as temperaturas reais que vivemos hoje. O primeiro relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), em 1990, já ressaltava a urgência da cooperação internacional para lidar com a questão global. Relatórios subsequentes refinaram as projeções, que continuaram a indicar um aumento da temperatura média global e do nível do mar. 

O que era projeção teórica transformou-se em realidade prática. Cada uma das últimas quatro décadas foi mais quente do que a anterior, com a última década (2011-2020) sendo a mais quente já registrada. Os dados mais recentes indicam que a temperatura média global já subiu cerca de 1,1°C acima dos níveis pré-industriais (1850-1900). 

As consequências observadas incluem:

• Aumento de Temperaturas: Ocorrência mais frequente e intensa de ondas de calor em quase todas as áreas do globo.
• Eventos Extremos: Intensificação de secas, inundações, tempestades mais severas, tornados, ciclones e incêndios florestais extremos, como previam os modelos.
• Elevação do Nível do Mar: Derretimento de gelo e expansão térmica dos oceanos, resultando em aumento do nível do mar e inundações costeiras. 

A ciência do clima demonstrou notável capacidade preditiva. As previsões de décadas passadas não foram meros alarmismos, mas sim análises embasadas que se confirmaram plenamente. A efetivação dessas projeções serve como um lembrete crucial da urgência em agir, para evitar os cenários mais catastróficos que ainda são projetados para o futuro, caso as emissões não sejam drasticamente reduzidas e efetivamente cada Humano cumpra o seu papel e faça a sua parte.

Professora Marsué Ceolin Schneider

IEE Nossa Senhora Imaculada – Tapera/RS