11/12/2025 12:40 - Educação

A água doce é um dos recursos naturais mais essenciais para a vida na Terra. Embora o planeta seja conhecido como “planeta azul”, apenas cerca de 3% de toda a água disponível é doce, e grande parte dela está congelada nas geleiras ou localizada em aquíferos profundos, de difícil acesso. Isso significa que a porção realmente utilizável pela humanidade é extremamente pequena e precisa ser usada com responsabilidade.
A água doce sustenta atividades fundamentais, como o consumo humano, a produção de alimentos, a geração de energia, a higiene e o funcionamento das cidades. Além disso, é indispensável para a manutenção dos ecossistemas, como rios, lagos e áreas úmidas, que abrigam grande biodiversidade. A saúde ambiental e o equilíbrio climático também dependem diretamente desse recurso.
Entretanto, a água doce enfrenta sérios desafios. A poluição causada por esgoto sem tratamento, produtos químicos e lixo coloca em risco a qualidade da água em diversas regiões. O desperdício, tanto no uso doméstico quanto na agricultura, agrava a escassez em muitos lugares. Somam-se ainda os efeitos das mudanças climáticas, que alteram o regime de chuvas e provocam secas mais intensas, dificultando o abastecimento.
O Brasil é detentor de uma das maiores concentrações de água doce do mundo: 12% de todos os recursos disponíveis no planeta estão no território brasileiro.
Atualmente, 29 países já têm problemas com a falta d'água e a situação tende a piorar. A escassez atinge 460 milhões de pessoas e dezenas de milhões delas vivem com menos de cinco litros de água por dia. Mais de um bilhão de pessoas não tem acesso à água potável e 2,4 bilhões vivem sem saneamento básico. O mesmo estudo revela que essa situação se deve mais a falhas de governança do que à escassez de recursos hídricos.
A falta d'água já afeta Oriente Médio, China, Índia e norte da África. A Organização Mundial da Saúde - OMS acredita que, até 2050, 50 países enfrentarão crise no abastecimento.
Hoje, na China, milhões de pessoas caminham quilômetros todos os dias para conseguir água. Na Índia, seu principal curso d'água, o Rio Ganges, está se esgotando. No Oriente Médio, países como Israel, Jordânia, Arábia Saudita e Kuwait terão, em 40 anos, água doce apenas para consumo doméstico; as atividades agrícolas e industriais terão de fazer uso de esgoto tratado. E no norte da África (Argélia, Líbia e deserto do Saara), a quantidade de água disponível por pessoa estará reduzida em 80% nos próximos 30 anos.
O Brasil é um dos países mais ricos em água do planeta. Essa água, porém, tem uma distribuição muito desigual. A região Norte, com 7% da população, possui 68% da água do Brasil; enquanto o Nordeste, com 29% da população, possui 3%; e o Sudeste, com 43% da população, conta com apenas 6%. Só a Amazônia tem 80% da água existente no país.
Os principais problemas do Brasil no consumo de água incluem desperdício massivo (cerca de 40% da água tratada perdida), poluição por esgoto não tratado e resíduos industriais/agrícolas, falta de saneamento básico e infraestrutura, má gestão hídrica, e os impactos das mudanças climáticas, que causam secas e afetam o abastecimento, resultando em crises hídricas e ameaças à saúde pública e à produção de alimentos e energia. Os nitratos procedentes de fertilizantes nitrogenados e de fezes humanas são o maior contaminante da água subterrânea.
Para preservar esse recurso vital, é fundamental investir em saneamento básico, no uso responsável da água e em políticas públicas que garantam sua gestão sustentável. A conscientização da população também é essencial: pequenas atitudes, como reduzir o tempo de banho, evitar o desperdício e descartar corretamente o lixo, fazem diferença. A água doce é um patrimônio da humanidade e sua conservação é imprescindível para garantir um futuro saudável para as próximas gerações.
Márcia Maldaner
Professora de Geografia, Pós Graduada em Educação Ambiental.
Fonte: Márcia Maldaner Professora de Geografia, Pós Graduada em Educação Ambiental.
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